O tema também conhecido pelo objeto de estudo, refere ao conteúdo que pretende pesquisar. É importante ser delimitado, a fim de auxiliar na elaboração da pergunta de pesquisa (SALDANHA, 2017). Geralmente um tema “parte preferencialmente da realidade circundante do pesquisador, como, por exemplo, de seu contexto social, profissional ou cultural” (FINDLEY et al., 2006).
A pergunta inicial deve ser o foco de toda sua pesquisa, ou seja, ao final dela você deve buscar responder o questionamento inicial com base no que desenvolveu.
Exemplo de tema: Ondas de calor, causas e consequências.
Assim todo o seu desenvolvimento do projeto deve ser voltado para o que você está investigando, ou seja, buscando compreender melhor.
2. Como estudar seu tema?
O estudo sobre o tema, entra no que designamos como revisão de literatura, ou seja, pesquisar sobre o que está sendo discutido por outros pesquisadores sobre o tema que decidimos aprofundar. Desta forma, a pesquisa pode ser feita em sites da internet, desde que venham de fontes confiáveis. Fique atento para não pegar informação de um lugar que não traz dados verdadeiros. Aqui deixo algumas dicas plataformas da internet onde podem ser feitas as pesquisas:
Mas como achar o que estamos interessados, como chegar em artigos que estão correlacionados com o nosso tema de trabalho? Vamos a um exemplo, quero procurar artigos sobre modelos para o ensino básico sobre meiose. Vejam que não tenho só uma palavra sobre o meu tema, assim posso pesquisar da seguinte forma:
Vale destacar que posso também jogar apenas uma palavra para encontrar artigos relacionadas a ela e ainda podemos selecionar desde que ano quero buscar meus artigos.
Além de sites, podemos pesquisar em livros sobre o tema em questão. Podemos explorar também a biblioteca da nossa escola!
3. Existem diferentes tipos de pesquisa científica, mas então quais são eles?
Pesquisas quantitativas: é um conjunto de práticas que transformam o mundo visível em dados representativos, incluindo notas, entrevistas, fotografias, registros e lembretes (CRESWELL, 2014 apud MACHADO, 2023). De uma forma mais simples podemos pensar que são aquelas que iremos utilizar dados numéricos para representar os nossos resultados do projeto. Você já parou para pensar que uma pesquisa de intenção de votos é uma pesquisa quantitativa? Vejamos, aqui consideramos cada pessoa votante como um valor numérico. Outro exemplo, seria se eu quisesse levantar uma pesquisa sobre qual a relação da ansiedade com os estresses que as pessoas passam no dia-a-dia. Vejam que nesse contexto também teremos os números envolvidos na pesquisa.
Pesquisas qualitativas: Godoy (1995), descreve esse tipo de pesquisa como sendo o pesquisador ir a campo e buscar a partir das perspectiva das pessoas nele envolvidas, considerando todos os pontos de vista relevantes. Desta forma podemos inferir que será uma descrição sobre tudo que conseguimos coletar. Assim, tudo que vamos escrever sobre os dados que coletamos estamos nos referindo a esse tipo de pesquisa. Vamos exemplificar para ficar mais claro, o tema da nossa pesquisa é sobre como os modelos no ensino da meiose proporciona um melhor entendimento para os alunos sobre o tema. Assim nos meus resultados irei descrever da seguinte forma: ao estudar meiose com base em modelos diádicos há indícios que os alunos conseguem ter maior compreensão do tema, além de proporcionar uma aprendizagem mais significativa. Isso posto, foi perceptível quando realizamos questionário, antes da aplicação dos modelos e também após, através de melhorias em suas respostas. Vejam que quando eu descrevi eu não falei com base em números, e sim descrevi tudo que foi possível observar.
Pesquisa bibliográfica: Para De Souza et al. (2021), a pesquisa bibliográfica consiste em investigação científica de obras já publicadas. Com base nisso, podemos dizer que esse tipo de pesquisa é quando vamos fazer um levantamento bibliográfico do que se tem discutido nos últimos tempos sobre um determinado assunto. É bem simples, pensa em um tema que gostaria de estudar, por exemplo, gastos da economia brasileira nos últimos dez anos. O que precisamos fazer é pesquisar sobre como é feito o gasto na nossa economia, e sintetizar tudo que os mais diversos autores estudaram e formular um novo texto com base ao que já se sabe sobre aquilo, fazendo reflexões sobre o tema.
4. Qual metodologia devo utilizar na minha pesquisa?
Já parou para pensar o que seria uma metodologia científica? Metodologia é definida como sendo o conjunto de métodos e técnicas utilizados para a realização de uma pesquisa (FINDLAY et al., 2006). Assim, toda a sequência de processos que você descreve para atingir a sua pergunta inicial entra na sua metodologia. Para ficar mais claro, vamos dar um exemplo, suponhamos que gostaria de saber se a sociedade tem conhecimento sobre o aquecimento global, e sobre suas consequências à saúde humana. Um passo que poderia ser colocado na sua metodologia seria construir um questionário e buscar com que as pessoas respondessem os mesmos para coletar esses dados. Então, na sua metodologia teria, criação de questionário e ainda aplicação do mesmo.
Em uma ideia mais ampla do seu projeto, tudo que você realiza do inicio ao fim está relacionado com sua metodologia científica. Vejamos, quando você faz um levantamento na literatura para compreender o que está sendo discutido sobre o tema que gostaria de estudar, essa parte de buscar leituras complementares na internet, faz parte da sua metodologia. Podemos então dizer que o passo a passo que você segue para desenvolver seu trabalho entra na sua metodologia. Além disso, traçar uma metodologia antes de iniciar sua pesquisa é muito importante para nortear o projeto, ou seja, para responder o nossa pergunta. Vale destacar que, a nossa pergunta é basicamente o mesmo que o objetivo do nosso trabalho.
Para conhecer mais sobre o método científico clique aqui!
5. Diário de Bordo e sua importância
Como podemos entender melhor sobre o diário de bordo? É importante pensar o que é e para que serve. O diário de bordo nada mais é do que um registro de tudo que você realizou ao longo da sua pesquisa (FEBRACE). Assim sendo, serve como uma forma de expressar o que você desenvolveu no seu projeto como um todo. Lá você coloca as principais coisas que foram feitas ao longo do tempo. Pode ter imagens, pode ter gráficos, pode ter descrições de partes relevantes de seu projeto, tudo que você considerar importante destacar da sua pesquisa pode conter em seu diário.
Segundo o site da FEBRACE podemos destacar algumas coisas que devem estar presente em seu diário, são elas:
Geralmente, quando vamos submeter um trabalho para uma Feira de Ciências, não conseguimos descrever com tantos detalhes tudo que foi realizado dentro do resumo. Visto que, em um resumo, como o próprio nome nos sugere é algo direto e objetivo, resumido. Já no seu diário de bordo você consegue descrever com maior detalhe como foi que chegou no seu resultado, por exemplo.
FICA A DICA:
Vamos caprichar nas informações que iremos colocar no nosso diário de bordo, além dele descrever a nossa pesquisa com maior riqueza de detalhes, podem ser o caminho para pensarmos em outras linhas de pesquisa, ou seja, o que podemos desenvolver mais para frente com base no que observamos na nossa pesquisa inicial. Vale destacar que, as informações colocadas nele são tão importantes para nossa pesquisa atual, bem como, para nossas futuras pesquisas. Além disso, é uma ferramenta importante para você refletir em tudo que foi realizado ao longo de sua pesquisa, e ainda ser fundamental para traças novos projetos.
Para se aprofundar um pouco mais sobre o tema clique aqui!
OBS: Não deixe de conferir também maiores informações no site da FEBRACE, o link de acesso é: https://febrace.org.br/participe/planeje-seu-projeto/requisitos/. Lá você tem acesso a várias dicas para planejar o seu projeto.
6. Resultado e discussão
Falamos que o nosso resultado é tudo que encontramos dentro da nossa pesquisa. Vale destacar que dentro da ciência não existe resultado errado! Tudo que você encontrou com base no que pesquisou é resultado. Vejamos, você decidiu trabalhar com um desenvolvimento de um jogo dentro do ensino de genética. Assim meus resultados podem estar voltados para avaliar se esse jogo de alguma forma melhorou o entendimento sobre o tema, ou mesmo, se foi perceptível que os alunos ficassem mais interessados sobre o assunto. Então no meu resultado irei descrever todos os indícios que foram perceptíveis sobre uma maior interação da turma, bem como maior participação, maior concentração. Uma análise de questionário sobre o que foi realizado antes do jogo sobre o tema e após o jogo sobre o tema, poderia auxiliar a obter resultados se o jogo foi um indicativo melhor para o aprendizado da genética ou não fez assim tanta diferença. Por outro lado, a discussão é você com base no referencial teórico, ou seja, o que os outros autores relatam sobre jogos e a melhoria no aprendizado diz sobre o tema. Assim, você correlaciona o seu resultado com o que já se tem de estudo sobre a perspectiva de outros pesquisadores.
Veja um exemplo real:
Nesse artigo os autores demonstram através de uma tabela qual foi a percepção dos estudantes sobre o jogo e sobre a aprendizagem sobre o tema.
Na discussão eles relacionaram o tema com o que já é descrito por outros pesquisadores, veja uma das citações dos autores:
“Segundo Madureira et al. (2016), com o emprego de modelagens representativas no ensino de Biologia, o professor consegue trabalhar temas, como o fluxo da informação gênica, apresentando a estrutura do nucleotídeo, as ligações químicas realizadas entre as bases nitrogenadas, explorando conceitos de RNA, e representando as diferenças entre os ácidos nucléicos de forma significativa” (DA SILVA et al., 2024, p. 19).
Acredito que agora com os exemplos tenha ficado mais claro o que se coloca nos resultados e o que seria a discussão.
7. Conclusão
Enfim, o que vem na conclusão? Tudo que você desenvolveu fez você chegar a ter um pensamento sobre a sua ideia inicial. Assim, concluir nada mais é que descrever o que você pode perceber com base no desenvolvimento de um projeto. Seguindo o raciocino de aplicação de um jogo de genética e o aprendizado dos estudantes, uma possível conclusão poderia ser: o jogo de fato mostrou relevante para melhorar o aprendizado e os estudantes gostaram da dinâmica.
8. Referências
As referências são todas as fontes de outros pesquisadores que você colocou ao longo do seu trabalho. Segundo Findlay et al. (2006), as referências partem das fontes de documentos previamente definidas que serão importantes à pesquisa. Além disso destaca que, devem ser indicadas em ordem alfabética e dentro das normas técnicas (no Brasil as normas mais aceitas são as estabelecidas pela ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas).
IMPORTANTE: Não se esqueçam de referenciar tudo que descreveram com base em outras falas de outros pesquisadores, afinal não citar o verdadeiro autor é ilegal.
Seguem as referências bibliográficas desse material:
CRESWELL, J. Investigação qualitativa e projeto de pesquisa: Escolhendo entre cinco abordagens. 3. ed. Porto Alegre: Penso, 2014.
DA SILVA, Alan Tempone; SALAS, Mabel Miluska; DE FREITAS GOMIDES, Antônio Frederico. Decifrando o código genético: aprendendo na prática como os genes se expressam. Cuadernos de Educación y Desarrollo, v. 16, n. 3, p. e3619-e3619, 2024.
DE SOUSA, Angélica Silva; DE OLIVEIRA, Guilherme Saramago; ALVES, Laís Hilário. A pesquisa bibliográfica: princípios e fundamentos. Cadernos da FUCAMP, v. 20, n. 43, 2021.
FEBRACE. Planeje o seu projeto. Disponível em: https://febrace.org.br/participe/planeje-seu-projeto/requisitos/. Acesso em: 14 mai. 2024.
FINDLAY, Eleide Abril Gordon; COSTA, MAURO A.; GUEDES, Sandra Paschoal Leite de Camargo. Guia para elaboração de projetos de pesquisa. Joinville: Univille, 2006.
GODOY, Arilda Schmidt. Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. Revista de Administração de empresas, v. 35, p. 20-29, 1995.
MACHADO, Amália. Método qualitativo: O que é e como fazer uma pesquisa qualitativa? 2023. Disponível em: https://www.academica.com.br/post/m%C3%A9todo-qualitativo-como-fazer. Acesso em: 13 mai. 2024.
SALDANHA, Patrícia. INICIAÇÃO CIENTÍFICA Um guia de orientação na Educação Básica. 1°ed. Porto Alegre: Centro Marista de Comunicação, 2017. 30 p.