Postado em 27/mar/2017
Aconteceu, entre os dias 20 a 24 de março de 2017, na Universidade de São Paulo (USP) em São Paulo a Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (FEBRACE/USP), organizada pela Escola Politécnica da USP, com atividades formativas e de educação científica, dentre estas temos a apresentação de mais de 350 trabalhos de iniciação científica júnior, desenvolvidos por estudantes da Educação Básica de diversos estados do Brasil, como Minas Gerais. Destes, temos 2 trabalhos que foram desenvolvidos por estudantes da Rede Estadual de Ensino de Minas Gerais, e que em 2016 foram apresentados e premiados na Feira de Ciências, Tecnologia, Educação e Cultura (FECITEC) da Universidade Federal de Viçosa – Campus Florestal. A FECITEC/UFV, coordenada pelo Prof. Eduardo França Castro, do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde da UFV Campus Florestal, é um evento regional de divulgação e popularização científica, que abrange escolas públicas e particulares da região metropolitana de Belo Horizonte (Belo Horizonte, Betim, Contagem, Igarapé, Juatuba, Mateus Leme, Florestal e outras) e cidades vizinhas, como por exemplo Pará de Minas, Divinópolis e Itaúna.
Seguem maiores informações dos trabalhos que foram apresentados da FEBRACE/USP:
TRABALHO 1
Título do trabalho:
Instituições:
– Escola Estadual “Serafim Ribeiro de Resende” (Ensino Médio), município de Florestal, MG
– Universidade Federal de Viçosa – Campus Florestal (Ensino Técnico), município de Florestal, MG
Estudantes:
Orientadora:
Coorientador:
Resumo do trabalho:
Segundo relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), cerca de um bilhão de toneladas de alimentos produzidos no mundo são desperdiçados a cada ano. No caso de frutas, o problema é motivado pela falta de infraestrutura e manuseio inadequado ao longo da cadeia produtiva. O desperdício é uma questão grave pelos impactos sociais e econômicos. Nesse sentido a redução das perdas na cadeia produtiva, desde o campo até a residência do consumidor, pode melhorar arenda dos produtores, diminuir os custos para os intermediários e consumidores, além de propiciar a manutenção da fruta mantendo sua qualidade inicial por um maior período de tempo. Sabendo dos altos índices de desperdício pós-colheita, tivemos necessidade de desenvolver revestimentos que retardam o processo de amadurecimento, não sendo residentes do petróleo e nem da parafina, criados com elementos totalmente comestíveis, simples e de fácil remoção, tendo como principal objetivo aumentar o tempo de prateleira normal de uma fruta, podendo revolucionar a situação atual, que os vendedores descartam frutas por já não estarem no devido estado de consumo. Foram analisados estudos de produção de biofilmes criados em laboratórios com itens de difícil acesso e que podem causar graves efeitos colaterais. Surgiu, então, à necessidade de analisar elementos comestíveis e de fácil acesso, sendo assim, foram escolhidos três elementos: Cera de abelha (por ter oxidação lenta), fécula de mandioca (por ser um ótimo agente dessecante), amido de milho (por ser um ótimo agente dessecante). Foram adicionados a cada fórmula outros itens, à qual se deu uma mistura homogênea e transparente onde envolvemos as frutas. Foram utilizadas quatro frutas onde em uma passamos a fórmula de cera de abelha, em outra a de fécula de mandioca e por último a de amido de milho e deixamos uma sem passar nenhuma das fórmulas para que víssemos a diferença. Concluímos com esse experimento que as fórmulas mais eficientes são as de fécula de mandioca e cera de abelha, em que pode-se dobrar o tempo de vida útil normal de uma fruta, sendo assim inovador para vendedores e consumidores (pois pode ser feita em casa), sendo um revestimento 100% comestível.
TRABALHO 2
Título do trabalho:
Instituição:
– Escola Estadual Ilídio da Costa Pereira, município de Divinópolis, MG
Estudantes:
Orientador:
Coorientadora:
Resumo do trabalho:
O Brasil, assim como qualquer país, possui problemas que muitas vezes são agravados pela apatia governamental e populacional. Um exemplo é a leviandade que o chamado “lixo” é tratado. Primeiramente, é necessário conceituar: lixo é tudo aquilo que já não tem utilidade e será descartado, excluindo-se dessa abrangência materiais que possam ser reciclados ou reutilizados de alguma forma, seja no meio doméstico ou no meio industrial. Logo, materiais como plástico, vidro e papel são erroneamente tratados como tal, sendo integrados nas 90 milhões de toneladas de “lixo” que são gerados anualmente no Brasil. Outro dado preocupante é a quantidade de resíduo eletrônico – o chamado e-lixo – que, assim como a maioria da carga residual produzida, é descartada de formas e em locais impróprios, contribuindo para a contaminação do solo, da água e para a acentuação da produção de gases estufa. Essa contaminação afeta a produção de alimentos diretamente, uma vez que a elevada taxa de dióxido de carbono na atmosfera prejudica a absorção de nitrato pelas plantas, que o utilizam na síntese de aminoácidos essenciais para o homem. O descarte de rejeitos em locais como encostas de rios e lixões contamina lençóis freáticos e o solo principalmente com metais pesados, como Chumbo e Mercúrio, levando à infertilidade, perda de nutrientes do solo e intoxicação dos próprios seres humanos por ingestão de alimentos contaminados, além da destruição da biodiversidade nesses ecossistemas. Baseando-se nessas situações, buscamos formas não de amenizar o problema, e sim de desenvolver medidas profiláticas que fomentem a criação de uma consciência universal sobre o descarte correto dos diversos tipos de resíduos. Procuramos também uma forma de adequar essa conscientização sustentável no cotidiano: mesmo com a falta de tempo, a maioria da população utiliza os smartphones como meio de informatização; a partir disso, decidimos desenvolver um aplicativo que sirva como uma plataforma educacional, dotada de informações objetivas a respeito de práticas sustentáveis no dia-a-dia, dicas de reutilização de materiais e que contenha mapas que informem os locais mais próximos que realizem a coleta e deem novos ciclos aos diversos tipos de resíduos, funcionando como logística reversa – procedimentos que visam à coleta e restituição dos resíduos sólidos ao meio empresarial para reaproveitamento ou destino final ambientalmente adequado – e como conscientização social para a adoção de práticas sustentáveis duradouras, simples e que se encaixem no cotidiano de todos. Assim, o resultado esperado é que cada vez mais pessoas tenham acesso a esse tipo de informação, tornando a sustentabilidade um dever de cada cidadão. A inserção crescente de tecnologias, quando usadas para o bem comum pensando também no meio ambiente, viabiliza o processo de desconstrução de uma sociedade geradora de lixo, para uma sociedade sustentável e transformadora.
Foto 1: Entrada da FEBRACE/USP. Foto: Eduardo França Castro, 21/3/2017.
Fotos 2: Equipe do trabalho da E.E. Serafim Ribeiro de Resende e da UFV Campus Florestal na FEBRACE/USP. Da esquerda para a direita: Vitória Stefanny, Victória Cristina, Ludmila, professora Ana Maria e professor Eduardo França Castro (UFV). Foto 2: Ludmila Fernanda Alcântara de Souza, 22/03/2017.
Foto 3: Apresentação do trabalho da equipe da E.E. Serafim Ribeiro de Resende e da UFV Campus Florestal, para estudantes na FEBRACE/USP. Foto: Eduardo França Castro, 23/3/2017.
Foto 4: Equipe do trabalho da E.E. Ilídio da Costa Pereira, do município de Divinópolis/MG, na FEBRACE/USP. Da esquerda para a direita: Karla, Patrícia, Fernando, Professora Eliane e professor Elrison. Foto: Elrison Ferreira dos Santos, 22/03/2017.
Foto 5: Apresentação do trabalho da equipe da E.E. Ilídio da Costa Pereira, município de Divinópolis, MG, para um avaliador dos trabalhos da FEBRACE/USP. Foto: Eduardo França Castro, 23/3/2017.
Apoio: UFV Campus Florestal; MCTI; CNPq; CAPES